O campeão Mundial pelo Internacional, Wellington Monteiro, concedeu uma exclusiva ao colunista Guilherme Anjos, da Revista Colorada. Confira a entrevista em formato ping-pong:
No elenco colorado, quem era o mais resenha, o mais brincalhão entre vocês?
“Essa é muito fácil, era o Perdigão.”
Com a camisa do Inter, qual foi o momento mais marcante?
“Foi no Mundial. Uma bola que o Edinho tocou para mim, aí eu olhei para atrás e vinha o Ronaldinho e o Deco me marcar. Olhei rapidinho e toquei no Fernandão e fizemos uma jogada. Após isso, o Fernandão chegou em mim e falou: ‘Monteiro, ganhamos o jogo aí’. Então ali pra mim, foi uma coisa marcante e nunca me esqueço.”
Como que você se sente sabendo que foi um dos responsáveis pelo maior título já conquistado pelo Inter?
“Cara eu poderia falar, alegre, feliz, muitas palavras. Mas eu me sinto mesmo é honrado, está é a palavra-chave. Eu me sinto muito honrado de fazer parte de tudo que foi feito aquele ano, fazer parte de um clube fenomenal, esplêndido, de um grupo especial. Eu não falo nem grupo, eu falo uma família. E conquista tudo que conquistamos, não só eu, mas todos vão dizer a mesma coisa que se sentem honrados, porque são poucos que tem essa honra.”
Na partida contra o Barcelona, qual foi o jogador mais difícil de marcar?
“O único que estávamos ciente de não precisar marcar, que não tinha muita qualidade, era o Puyol. Sabíamos que todos tinham qualidade, mas alguns necessitavam de uma marcação diferenciada, mas não individual. Quem marcava mais o Ronaldinho era o Ceará, mas com suporte. O Ronaldinho vinha muito pela diagonal, então quando ele cortava eu já tava na retaguarda. Todos com a mesma marcação. Com o Deco, o Thiago Motta. O mais difícil de marcar foram todos, com exceção do Puyol e do goleiro (Valdés). O melhor Mundial conquistado por um brasileiro foi o nosso, porque enfrentamos um adversário com todos os jogadores na seleção de seus países.”
Em qual momento que caiu a ficha que você foi campeão Mundial?
“A ficha caiu quando chegamos na base aérea. Viemos num caminhão de bombeiro e todas as ruas só tinham uma cor: o vermelho. Aí quando chegamos no Beira-Rio, estádio lotado. Chegamos no vestiário e comentamos um pro outro: “pô, belisca cada um aí, porque agora dá pra ver que somos campeões do mundo mesmo. Uma coisa legal foi que quando acabou o jogo ninguém tomou banho, só trocamos de roupa e fomos para a churrascaria. Fomos lá, brincando, zoando, mas não tínhamos aquela noção ainda. Mas quando chegamos, te falo com propriedade que a ficha caiu. Nós vimos e ouvimos o grito que tava preso há muito tempo na garganta do torcedor colorado.”
Wellington Monteiro atuou pelo Inter entre 2006 e 2008. Esteve no time titular que bateu o Barcelona na decisão do Mundial há 14 anos.