Justiça determina que documento do caso “Victor Ramos” que poderia ter evitado o rebaixamento do Inter em 2016 é verdadeiro

0
Foto: Divulgação / Inter 



A Justiça de São Paulo absolveu Francisco José de Godoy Antunes Ferreira. O empresário tinha um processo em que era acusado de ter adulterado uma troca de e-mails entre o Vitória e a CBF na transferência do zagueiro Victor Ramos ainda na temporada de 2016. 


O documento foi apresentado ao STJD na temporada passada pelo Inter, que acabou sendo rebaixado à série B naquele ano. O clube Gaúcho pedia a perda de pontos do time baiano por ter utilizado o defensor irregularmente – o que acabaria impedindo o seu rebaixamento. 


O tribunal acabou arquivando o caso, que já havia sido proposto pelo Bahia em abril de 2016. Logo após, a entidade maior do futebol brasileiro acabou acusando o Inter de apresentar documentos falsos, alegando que houve adulterações na troca de e-mails. 


(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

O Inter, no entanto, informou que havia obtido os documentos com o empresário, que agenciava a carreira de Victor Ramos na oportunidade. O zagueiro pertencia ao ao Monterrey, do México, e acabou sendo emprestado ao Palmeiras, posteriormente sendo repassado a equipe da Bahia. 


A negociação com o Vitória, no entanto, acabou acontecendo fora da janela de transferências internacionais – período estabelecido pela CBF. Como a segunda negociação aconteceu entre clubes do mesmo país, a Confederação Brasileira de Futebol entendia que não havia a necessidade de se respeitar a janela de transferências. 
    
A defesa do Inter anexou e-mails trocados pelo diretor de registro da CBF, Reynaldo Buzzoni, e o diretor do Vitória, Anderson Barros. Em uma das mensagens o próprio dirigente da CBF escreveu que o Monterrey teria que fazer um pedido de retorno do empréstimo e aí entrar na Fifa pedindo a liberação desse empréstimo, assim como informa o jornal Folha de São Paulo. 


Um pouco depois, o integrante do departamento de registros da CBF, Bernardo Zalan, avisa que “será necessário o retorno do empréstimo para o México e um novo pedido de empréstimo para o Vitória. Mesmo para outro clube do mesmo país é necessário o retorno do ITC [Certificado Internacional de Transferência] para o México para depois gerar um novo empréstimo para o clube brasileiro”, assim indicando que haveria a necessidade de uma transferência internacional para que o jogador pudesse atuar com a camisa do Vitória. 


Com a decisão da justiça, através da juíza Luciana Piovesan, fica mais do que claro que o Vitória teria que ter apresentado o certificado de transferência internacional para que pudesse utilizar o jogador no campeonato brasileiro daquele ano. Desta forma, atuou irregularmente e deveria ter perdido pontos, assim como pedido pelo Inter.
    
“É bem evidenciado pelo conteúdo das mensagens trocadas que a transferência do atleta se daria com observância das regras para transferência internacional”, escreveu a juíza Luciana Piovesan, da 27ª vara criminal de São Paulo. A informação da Folha de São Paulo também dá conta que o ministério público, responsável pela ação, acabou não recorrendo da decisão.

(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

“A supressão dos cabeçalhos, poucas palavras, nomes e frases, não fez alterada a compreensão da situação do atleta, não causando qualquer dano a quem quer que seja”, decidiu a juíza Luciana Piovesan, divulgado pela Folha.  

“Não ocorreu nenhuma mudança na essência da mensagem. A transferência, de acordo com o representante da CBF, deveria ter sido de natureza internacional”, apontou Gustavo Francez, advogado do empresário. 


O Vitória, através da sua assessoria de imprensa, acabou informando que o presidente Ricardo David não comentaria o assunto. 


O vice jurídico do Inter, Gustavo Juchem, afirmou que 0 clube irá deixar o assunto para trás. 


“Não surpreende. Confirma a correção da tese que sempre defendemos. Mas, para o Inter, esse assunto está encerrado. Nosso foco é a conquista do título brasileiro”, apontou. 


Devido ao episódio, o Inter acabou sendo multado pelo STJD em R$ 720 mil. A ideia do clube gaúcho, porém, não é pedir ressarcimento ou indenização no caso.

você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.