O meio-campista Edenilson prestou depoimento nesta segunda-feira no inquérito do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que investiga a suposta injúria racial de Rafael Ramos contra o atleta do Inter.
Edenilson foi ouvido no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de São Paulo. Auditor-chefe do caso, Paulo Feuz afirmou que o jogador manteve a versão de que foi chamado de macaco pelo lateral-direito do Corinthians, em jogo entre as equipes no dia 14 de maio.
“O depoimento do Edenílson demorou cerca de 30 minutos, depois tem a checagem do material, para ver se estava de acordo com o que ele falou. Deixamos ele muito à vontade, garantimos a ampla defesa, os advogados dele acompanharam, o advogado do Rafael também presenciou o depoimento”, disse ele ao GE.
Paulo Feuz ainda descartou uma acareação entre os dois atletas.
“Para ter uma acareação, só se tivéssemos muita dúvida. O problema aqui é saber exatamente o que foi falado, não é colocando um de cara para o outro que traria grande resultado para o processo”, completou.
O relator do inquérito ainda estimou que uma definição quanto ao caso poderá se estender por mais 35 dias. Porém, também disse que esse prazo pode ser ampliado.
“Queremos acabar no prazo legal, em torno de 30, 35 dias, mas como tem uma prova de perícia labial que não depende muito da gente, pode ser que tenha uma demora, um pouquinho mais. Nós teremos a perícia oficial, do tribunal”, seguiu ele.
Ronaldo Piacente, procurador-geral do STJD, afirmou que o lateral-direito do Corinthians chegou a gravar um vídeo com a frase que ele alega ter dito para Edenilson.
“Pelo pouco de experiência que eu tenho, será exatamente a leitura labial, vai pegar o vídeo do VAR que foi solicitado, fizemos também uma gravação do Rafael Ramos falando a frase (que ele alega ter falado em campo). E o perito, com as técnicas dele, vai dizer se houve ou não a palavra macaco”.