Ex-Inter, Pinga relembra o título da Copa do Brasil de 1992
O ex-colorado Pinga foi convidado no programa Velhas Súmulas da Rádio Colorada no último sábado. O zagueiro campeão da Copa do Brasil de 1992 relembrou o título colorado.
“Nós tivemos uma dificuldade em jogar no Rio de Janeiro. Desde chegada lá, torcida nos hostilizou. Espaço para aquecimento. A genialidade do Caíco fez com que melhorasse muito para nosso lado. Fluminense procurou amarrar o jogo (de volta, no Beira-Rio). Sofriam faltas e demoravam dois minutos para reiniciar. Fizeram cera, não permitindo que a gente jogasse. O lance que mais me marcou foi quando o Daniel sofreu a falta e eu estava caminhando para ir para a área adversária. Eu passei pelo Maurício e falei: ‘vem comigo porque eu vou fazer este gol’. Fui para a área. Luciano cobrou a falta, ela veio na minha direção, eu dominei a bola, infelizmente ela fugiu do meu controle, eu tinha ângulo para bater a gol, mas como ela fugiu um pouco, o zagueiro do Fluminense veio na minha direção para disputar a jogada. São lances que revivo até hoje na memória. Memória de torcedor”, contou Pinga.
O zagueiro falou sobre sua dupla na defesa colorada com Célio Silva e lembrou que o defensor foi o autor do gol do título colorado, de pênalti.
“O Célio Silva tinha uma personalidade muito forte. Não falou nada para ninguém nem olhou para o banco. Colocou a bola e eu pensei: ‘o Célio Silva ou vai estourar essa rede, ou ele vai colocar essa bola lá no Gigantinho. A primeira imagem que veio na minha cabeça foi um treinamento dele batendo com uma força muito grande'”, relembrou pinga.
“Dei as costas e fui caminhando em direção ao Fernández, lá do outro lado. Quando eu chegar lá no Gato, eu só quero ver a reação da torcida. Se o Beira-Rio explodir, foi gol. Se acontecer uma outra reação, o Célio colocou essa bola lá no Gigantinho. E ele não cobrava esse pênalti. E eu me aproximando do Gato Fernández. Aquele filme começou a passar na minha cabeça: minha lesão, minha recuperação, o esforço da minha família, tudo aquilo que eu tinha passado. E eu poderia ser compensado com o maior presente que o futebol poderia ter me dado que é ser campeão da Copa do Brasil pelo Internacional. A partir do momento que o Beira-Rio rugiu, explodiu, veio o alívio e eu pensei: ‘agora é o momento de nos fecharmos aqui e acabou o jogo. Não vai passar nada. Não vai acontecer mais nada porque temos condições de nos segurarmos'”, finalizou.
O Internacional perdeu por 2 a 1 no Rio de Janeiro e venceu por 1 a 0 no Beira-Rio. O gol solitário, de pênalti de Célio Silva, empatou a partida no agregado e deu o título ao time vermelho.