Caso Vitor Ramos: Não te deixaremos bradar sozinho contra a injustiça, velho amigo! Terça-feria estaremos todos juntos!!!

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Manifesto por um amigo


Olá, torcedor Colorado. 


Hoje tomarei a liberdade de te chamar de amigo. Afinal, nos conhecemos de longa data. Quantos jogos, quantas vitórias, quantas taças, quantas batalhas travamos juntos em nossa casa, o Beira-Rio. 


Lembro de ti vibrando pelo cimento acinzentado e frio quando Figueroa nos abriu as portas do Brasil. Me recordo daquela vez em que tu te ajoelhaste, com os olhos fechados e mãos ao céu, para esperar Célio Silva bater aquele pênalti. Vibraste com o início da história de Fernandão com nosso manto com a cabeçada que sacramentou o milésimo gol em Gre-Nais. Mais tarde veio a aquela Libertadores incrível diante do São Paulo, a Tríplice Coroa, a Sul-Americana inédita. Tivemos, outra vez, a América a nossos pés. Minha nossa! Foram tantas as alegrias que fica difícil até enumera-las. 


Acontece, querido amigo, que estão tentando te contar uma história um tanto diferente daquelas que teu pai ou teu avô narrava com veias saltadas na garganta em meio ao churrasco de domingo. Querem incluir em tua rotina uma palavra com a qual tu não estás acostumado: tapetão. 


Não estamos mudando regra alguma de qualquer campeonato. Não cogitamos da possibilidade de não disputarmos a Série B. Apenas queremos Justiça, legitimidade e coerência junto ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Apenas queremos igualdade de direitos e deveres. As acusações a nós referidas foram graves. E temos uma história mais que Centenária para zelar. 


Desde 1909, o Internacional tem como pilares a ética, a idoneidade, a correção. Faz seus negócios de forma clara, limpa, corda e concisa. Além disso, respeita trâmites legais e definições jurídicas da entidade que nos deu o maior dos trunfos possíveis dentro das quatro linhas: o mundial de clubes em cima do Barcelona.


Não te deixaremos bradar sozinho contra a injustiça, velho amigo. O que vamos buscar no dia 4 de abril, em Lausanne, na Suíça, nada mais se trata do que a legitimidade de um processo que mancha um campeonato. 


Nosso clamor não envolve o Esporte Clube Vitória. Não coloca em xeque a idoneidade da chancela do órgão máximo do futebol pentacampeão, a CBF. O grito que insiste em sair de nossa garganta diz respeito a mancha que, mais uma vez, um Campeonato Brasileiro está por levar para a história. Afinal, quem viveu 2005 na pele entende perfeitamente o que é perder jogando ou não.


Contudo, se a corte máxima do esporte der ganho de causa em favor de nossos adversários, vamos acatar a decisão e daremos o máximo em campo para retornarmos ao lugar que nos cabe entre os gigantes brasileiros. Faremos isso com a cabeça erguida. Sabemos que não estamos sós. Temos convicção que nunca estivemos. 


O Internacional é um clube enorme pois, antes mesmo dos expressivos títulos de sua história, sempre esteve nos braços de sua torcida, envolto em um mar vermelho e apaixonado. Não será diferente agora. Estaremos juntos. Não importa quando. Não importa onde. Nada vai nos separar.

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