A eleição para a presidência da CBF voltou a escancarar a falta de unidade no futebol brasileiro.
Segundo informações de bastidores, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Internacional e São Paulo demonstraram forte irritação com a postura de Vasco, Botafogo e Palmeiras, que contrariaram o movimento de clubes das Séries A e B ao apoiarem Samir Xaud, nome escolhido pelas federações estaduais.
O plano de 29 clubes era dar um recado histórico à entidade máxima do futebol nacional, demonstrando união ao apoiar Reinaldo Carneiro Bastos, atual presidente da Federação Paulista de Futebol, para comandar a CBF.
No entanto, a decisão de Vasco, Botafogo e Palmeiras em seguir o voto alinhado com as federações foi vista como uma traição estratégica dentro do grupo.
A movimentação irritou os bastidores. Em grupos de mensagens e conversas reservadas, dirigentes de clubes tradicionais como Flamengo, Inter e São Paulo lamentaram o que consideram uma oportunidade perdida de romper com o domínio político das federações, que historicamente controlam os rumos da CBF em detrimento da vontade dos clubes.
O objetivo do bloco era, além de eleger um nome mais próximo dos interesses dos times, enviar uma mensagem de força coletiva — algo que não se concretizou.
Agora, a avaliação nos bastidores é que a divisão pode enfraquecer futuras articulações dos clubes contra decisões centralizadas da CBF, incluindo temas como arbitragem, calendário, direitos de transmissão e SAFs.
A insatisfação de parte dos clubes promete manter a tensão acesa nos bastidores, mostrando que, apesar dos avanços nos gramados, o futebol brasileiro segue com problemas estruturais e políticos fora das quatro linhas.