A Confederação Brasileira de Futebol deu um passo importante rumo à modernização e ao equilíbrio do futebol nacional: iniciou oficialmente o processo para a criação de um sistema de Fair Play Financeiro no Brasil.
A medida, bastante aguardada por especialistas e torcedores atentos à saúde financeira dos clubes, pode beneficiar diretamente o Internacional, conhecido por manter uma gestão mais cautelosa que a de seus principais concorrentes.
A portaria que dá início ao processo foi assinada nesta segunda-feira (6) pelo presidente em exercício da CBF, Samir Xaud. O objetivo é claro: elaborar, em até 90 dias, um regulamento chamado Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF), inspirado nos moldes europeus de Fair Play.
O modelo terá regras como limite de gastos baseado na receita, obrigatoriedade de quitação de dívidas em dia, e transparência nos investimentos, especialmente em salários, luvas e direitos de imagem.
A CBF abrirá um prazo de cinco dias para que os clubes da Série A e B manifestem interesse em participar do grupo que construirá as novas regras. Caso o número de interessados seja alto, caberá ao vice-presidente da entidade fazer a escolha dos representantes.
Vale lembrar que essa não é a primeira tentativa da CBF. Durante a gestão de Rogério Caboclo, uma proposta semelhante foi enterrada após forte resistência de clubes endividados, como Atlético-MG e Corinthians.
Se desta vez o projeto for adiante, clubes como o Internacional, que investiu R$ 274 milhões em folha salarial em 2024 — quase metade do que gastou o Flamengo —, podem se tornar ainda mais competitivos.
A contenção de gastos e o equilíbrio financeiro, até hoje vistos por alguns como “cautela excessiva”, podem virar diferencial técnico e esportivo nos próximos anos.
A era da gastança sem limites no futebol brasileiro parece estar com os dias contados. E o Inter está mais do que pronto para essa nova realidade.